sexta-feira, 20 de abril de 2018

Nosso primeiro curso de adoção

Olá vizinh@s cosmopolitas, tudo bem com vocês? Espero que sim. Hoje ganhei essa folga e quero aproveitar para compartilhar tudo que aprendemos no nosso curso sobre adoção, promovido pela Comarca de Parnamirim-RN. O curso aconteceu dia 14 de março desse ano e só hoje tenho um tempinho extra para falar sobre ele.
Inicialmente quero falar das emoções que me rondavam naquela manhã. A ansiedade estava em alta e a euforia me deixou em um estado de muita sensibilidade, porém também de muita atenção, o que me ajudou a registrar com cuidado o que foi dito pela Promotora, pela Juíza, pelas Assistentes sociais e Psicóloga. Vou omitir os nomes pessoais, pois não pedi autorização para citá-las, combinado assim?

O grupo reunia quase 30 adotantes, a maioria já na fila de espera há mais de 2 anos e todos com o perfil de bebês ou crianças. A primeira fala foi da Promotora, que nos apresentou o termo responsabilidade parental e nos explicou que atualmente 65% das crianças que estão disponíveis para adoção possuem irmãos, enquanto 65% dos adotantes querem apenas uma criança. Logo, percebe-se que a conta não fecha. Eu e meu marido inclusive declaramos no nosso primeiro perfil que queríamos apenas uma menina. A fala da Promotora nos deixou bem sensibilizados com a possibilidade de mudar o nosso perfil, mas seguimos participando do curso. Como sugestão, ela nos deixou a dica de procurar o pensamento da pediatra e psicanalista Françoise Dolton nos seus estudos sobre os problemas das crianças e adolescentes.


Em seguida, recebemos a Juíza da Vara da Infância, Juventude e idosos da Comarca de Parnamirim-RN e ela nos fez refletir imensamente sobre o que de fato é adoção. Inicialmente, ela nos explicou que a adoção é um vínculo legal, no qual o laço afetivo assume o lugar do laço biológico, ou seja, o vínculo que se estabelece é afetivo para criar uma nova filiação no lugar do vínculo hereditário. Logo em seguida, ela nos esclareceu que existem 3 tipos de famílias: a família natural (biológica), a família extensa (parentes) e a família substituta (adotiva). Segundo a Juíza, com a adoção, os laços naturais são rompidos, para a defesa da nova família e dos novos vínculos. Sendo assim, a criança ou jovem é inserida em um novo núcleo familiar, o que lhe é um direito.


Após esse esclarecimento, ela passou a desmistificar o perfil que os adotantes selecionam e a limitação etária. O tempo da demora na fila depende do perfil selecionado pelos adotantes, sendo maior quanto menor for a criança (0-3 anos). Em si, o processo de destituição da família natural ou extensa é demorado, levando 90 dias no mínimo e 180 dias no máximo a partir da nova Lei da adoção nº 13.509/2017. Porém, as adoções ilegais, também chamadas de "adoção à brasileira", dificultam mais ainda o encaminhamento das crianças para abrigos monitorados pelas Varas de Infância, o que acarreta prejuízos para todos os interessados no bem estar das crianças e adolescentes.

Com a nova Lei, surge muitas mudanças positivas, mas que ainda não foram implementadas na sua totalidade pela carência de pessoal qualificado para as atividades. Um esclarecimento importante foi sobre as famílias adotantes que devolvem as crianças e jovens após o processo da adoção. A Juíza nos garantiu que essas pessoas são excluídos do cadastro nacional de adoção após análise da situação. Na nova Lei, a prioridade no Cadastro é para quem pretenda adotar crianças ou adolescentes com doenças crônicas, deficiências, necessidades especiais, e grupos de irmãos, para que se procure manter as relações entre o grupo, priorizando dessa forma o interesse da criança.

De tudo o que foi dito, uma das frases que mais me deixou bem pensativa foi:" A adoção é vínculo de amor, de afetividade e desprendimento". Três compromissos muito sérios que devem ser levados em conta, antes do ato da adoção.

O curso foi muito positivo, pois muitas dúvidas foram esclarecidas, o que vai ficar para um outro post. Eu e meu marido decidimos alterar nosso perfil. No primeiro ano desejamos uma menina de 0 até 1 ano e meio. No segundo ano alteramos para uma menina de 0 até 3 anos e em 2018, após o curso, adequamos o perfil para duas meninas com idades de 0 até 6 anos de idade.
A Vara nos informou que havia 37 meninas dentro de nosso perfil espalhadas em vários estados brasileiros. Como isso foi quase 30 dias atrás, vamos continuar aguardando e rezando para que ela ou elas cheguem o mais rápido possível para abençoar mais ainda a nossa família.
The Indian Association Promotion Of Adoption & Child Welfare: Mother & Child

Um forte abraço para todos e todas e nos sigam no Instagram, @blogterapiadacasa


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