sábado, 16 de junho de 2012

A vida em suspense

The swing. Fragonar.


Quem já sentiu a vida em suspense, balance a mão! A impressão é angustiante, aterradora e ao mesmo tempo fascinante. Ficamos balançando de um lado a outro, impulsionados por forças obscuras que não conseguimos identificar, sem poder retomar nosso eixo.

The swing. Nicolas Lancret.


Uma bela expressão define um pouco essa situação: "Balançar ao sabor do vento". Mas, que força natural é essa que nos empurra de um lado a outro sem deixar que coloquemos qualquer resistência? É o vento? É nossa vontade, ou ausência dela? É o destino? Não sabemos como definir essa oscilação em nossa vida, mas percebemos que as nossas programações são interrompidas, nossas metas ficam mais distantes e acima de tudo, perdemos um pouco do rumo que tínhamos traçado anteriormente.

The swing. Fragonard.


Chega a ser bastante desconfortável imaginar que em determinados momentos nossa energia  para agir é drenada, nos deixando com  apenas uma possibilidade, aguardar o porvir. Mas o que podemos esperar quando o movimento do balanço cessar?

The Swing. Renoir.




É preciso que durante o balanço possamos aproveitar para refletir sobre nossas prioridades e urgências. É tempo para aprender algo, como me disse ontem uma pessoa muito querida e sensível. Aprender algo de novo sobre nós mesmos, as vezes exige que deixemos de lado nossa razão e simplesmente aproveitemos o movimento.

The Swing. Yinka Shonibare.

Ainda nos resta duas escolhas, poderemos desfrutar dessa condição encarando como uma doce pausa em nossas rotinas diárias ou nos sentiremos como o pendurado: forçado a um castigo até expiar suas culpas. 

O pendurado. Tarô Visconti-Sforza. Século XV.


A diferença está em um único ponto de perspectiva e devemos nos perguntar se a vida em suspense é uma pausa ou um castigo. 

The Swing. Francisco Goya.

O enforcado. Sallie Nichols.









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