quinta-feira, 11 de junho de 2015

Por um dia dos namorados com mais amor

Semanas atrás a minha timeline do Facebook foi tomada por uma enxurrada de discussões favoráveis e outras se posicionando contra o comercial produzido pela Boticário como campanha do Dia dos Namorados.
Nele, casais homoafetivos e heteros trocavam presentes. Eu corri para os jornais e sites e li várias matérias sobre o pavor de algumas pessoas que se disseram representantes da família brasileira, acusando uma propaganda como instrumento para deturpar os valores morais da cultura judaico-cristã.
Interessante que eu procurei ler as opiniões de ambos os lados, vi os memes postados, as charges e vídeos produzidos, mas não cheguei a assistir o comercial. Apenas ontem, finalmente pude acompanhar a peça publicitária que gerou tantas polêmicas e discordâncias em todas as regiões do país, e assim, posso agora opinar aqui na nossa terapia da casa.
A primeira constatação, o comercial não trouxe nenhuma novidade, pois a homossexualidade sempre existiu no mundo, inclusive no meio natural e entre a humanidade, ela sempre esteve presente ao longo da história.
Segunda constatação, todas as sociedades perseguiram aqueles que se desviavam  da moral pretendida para a época. Por mais que algumas pessoas julguem as escolhas amorosas e afetivas de outras, é preciso pensar no quanto de ética nos falta para aceitar e compreender o outro em suas decisões.
Última constatação, enquanto casais homoafetivos lutam pelo respeito ao seu amor numa sociedade hipócrita como a nossa, meninas e mulheres são violentadas e mortas pelo ódio e misoginia de jovens e homens que se dizem héteros. Então, onde está o problema do comercial?
O problema está na nossa moralidade, que está aquém de uma ética de respeito ao próximo e de tolerância pela singularidade da identidade de cada um.
Como antropóloga e historiadora, entendo que muitos se sentem ameaçados dentro de suas convicções quando precisam confrontar a alteridade, mas também compreendo que todos devem fazer o esforço de superar o choque inicial e praticar o relativismo, pois tolerância, respeito e amor são mais importantes do que preconceito, julgamentos e intolerância.
 
Nenhum Deus aprovaria tanta discriminação, perseguição e preconceito. Então, que possamos refletir no direito da diversidade que compete a todos, por um dia dos namorados com mais amor e mais compreensão.

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