Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais.

Sabe quando você fica com lágrimas nos olhos na hora que precisa deixar a companhia de alguém? Eu fiquei assim com Ouro Preto-MG. Na verdade, ela me recebeu muito bem, foi bastante franca e aberta e se mostrou inteira para mim. Amizade assim entre uma pessoa e uma cidade eu não via há muito tempo. 

Mas, como já previa meu encantamento pela velha Vila Rica e pelas terras das Gerais, fiz uma listinha com todos os itens que queria provar, conhecer ou trazer comigo para sempre em minha memória.

Na culinária, doces, queijos e pão de queijo foram alimentos garantidos todos os dias. Mas também provei o feijão tropeiro e assim que qualificar minha tese de doutorado, vou fazer um almoço mineiro aqui e mostro o menu para vocês com direito a receita e fotos.

E como toda viciada em casa e decoração, não podia faltar na minha lista o artesanato local. Bem, do ponto de vista antropológico, a produção material nos diz muito sobre um povo e sua cultura e fiz questão de conhecer isso bem de perto caminhando horas no Mercado Central-BH, lojas e feira de Ouro Preto.

Na minha lista rica tinha: um livro sobre Aleijadinho, uma peça de patchwork, uma peça de pedra sabão, uma namoradeira, peças de cobre e um artefato da fé local. A lista tinha que ser cumprida, mas o fato de viajar de avião com apenas 46 quilos de bagagem liberado, logo se tornou o primeiro problema para meus desejos de consumo.

Assim, coloquei minha cabeça de blogueira para funcionar e pensei comprar itens pequenos, levinhos e quando chegasse em casa  (assim que a tese permitir), criar novos objetos de decoração com eles. Enganado o espírito, parti para as compras e as coisas foram ganhando volume menor, mas a sua importância continuava a mesma.

A namoradeira era um item chave. A variação de preço era muito grande. Em Congonhas encontramos uma namoradeira de 50 cm de altura custando R$ 75,00. Já em Ouro Preto, a mesma escultura custava entre R$ 250,00 e R$ 300,00. Qual a solução? Comprei uma miniatura e logo vou produzir uma janela para ela. Essa custou R$ 7,00 e tem uma altura aproximada de 08 cm.

Pensando nos outros itens, continuei minhas compras e fiquei bem animada com as minhas canecas de metal.  Estou imaginando mini rosas para decorá-las.

O próximo item tinha que ser de pedra. As panelas de pedra estavam muito baratas, custando entre R$ 30,00 e R$ 50,00. Mas, cada uma pesava quase 3 quilos, então, deixei esse item para quando viajar de carro. Comprei um açucareiro em pedra sabão com uma colherzinha de metal muito charmosa. Querem ver?

Também desejava comprar itens de cobre. Tenho alguns que comprei anos atrás em Olinda-PE, mas queria algo de natureza mineira e acabei achando lindas miniaturas:

E sobre os aspectos da religiosidade local? A presença da fé no divino espírito santo é muito grande e cuidei logo em comprar o meu. Ele ganhará uma linda moldura em material natural e ficará muito bem protegendo a cabeceira de nossa cama. Projeto para semana que vem, prometo!

Mas, nem só do catolicismo oficial vive o povo mineiro. O que me surpreendeu foi encontrar uma oração de uma rezadeira/benzedeira. Claro que trouxe a minha e deixei decorando nosso home office.

E finalmente, potes da prosperidade. Achei a ideia muito linda e acho que todo mundo podia copiar para presentear os amigos. Precisam apenas de vidros pequenos, cereais e grãos variados e uma linda tampa que no caso dos meus, foi um pedacinho de TNT. Que tal tentar?

Sal grosso: purificação.

Arroz: prosperidade.

Lentilha: dinheiro.

Milho: ouro.

Feijão: amizade.

Achei uma graça e ficou muito bem decorando a porta do refrigerador.

Agora que viram meus achados de viagem para a decoração da casa, que tal mostrarem o que já trouxeram de suas andanças ou ganharam de amigos e parentes? Ter um pedacinho de outro lugar perto da gente sempre nos transporta para outros ares e mundos, não acham?