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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Histórias e Fábulas infantis: Os dois anões mágicos

Fonte:http://www.alemanhaporquenao.com/2012/01/estrada-dos-contos-de-fadas-da-alemanha.html
Ainda inspirada pelo livro da professora e historiadora Graça Brandão Soares, resolvi tirar do fundo da caixa 13 histórias e fábulas infantis que faziam parte da coleção de livros que minha mãe Dona Lurdinha, contava para mim e meu irmão Andrio quando ainda éramos crianças, ou seja mais de 25 anos atrás.
As páginas se soltaram dos livros originais e apesar de estarem rabiscadas e com muitos desenhos meus e de meus irmãos, ainda é possível aproveitar as ilustrações do Antonio Vaz e viajar com as histórias. Hoje vou transcrever a história chamada Os dois anões mágicos. Caso alguém conheça a autoria da história, ficarei muito feliz em saber.  Espero que gostem da leitura e acertem qual é a moral. Boa leitura para todos!

Os dois anões mágicos




Num lugar distante, onde havia belos vales cercados de altas montanhas, viviam muitas fadas, anões e gnomos. Dois anões de nariz muito comprido apostaram com seus companheiros que eram capazes de fazer qualquer coisa, em qualquer ofício. "Até mesmo de sapateiro?" perguntou um deles incrédulo. Os dois responderam que sim e que até haviam escolhido a oficina de um sapateiro muito ingênuo. Ele e a mulher ficariam surpresos e maravilhados com as botas e as botinas que os dois anões iriam fazer. Naquela mesma noite, os dois anões puseram-se a trabalhar na oficina do sapateiro enquanto este e sua mulher dormiam. Ao amanhecer, os anões foram embora e o sapateiro e a mulher levaram um grande susto ao ver dois pares de botas e duas botinas muito bonitas e muito bem feitas onde antes só havia couro cru. Com o grito de espanto, até os vizinhos vieram ver. O sapateiro dizia que nem ele seria capaz de fazer sapatos tão bonitos e bem acabados como aqueles. A mulher convenceu-o a vender os calçados, pois eram deles. Afinal, não os tinham achado na oficina deles? Então lhes pertenciam. Mas resolveram ficar de guarda na noite seguinte para ver quem eram os sapateiros misteriosos. E viram os dois anões chegarem, pondo-se logo a trabalhar alegremente enquanto falavam na aposta. Um deles disse que talvez até conseguisse o barrete novo do outro, pois o seu estava todo esburacado. E assim, correram os dias, com o sapateiro ficando famoso e gente importante da corte indo comprar sapatos em sua oficina.
Mas um dia a mulher resolveu compensar os anões e trabalhou com afinco para fazer dois trajes bem bonitos e dois gorros novinhos, todos bordados. Depois de prontos, dobrou-os com cuidado e colocou no balcão da oficina antes de a fecharem ao anoitecer. Não se esqueceu de colocar junto um bilhete de agradecimento. Marido e mulher ficaram escondidos esperando ansiosos a chegada dos anões. Eles apareceram à hora de sempre e puseram-se a trabalhar. De repente, um deles viu as roupas, leu o bilhete e exclamou alegre: 
-Que beleza de roupas. E são para nós. Vamos experimentá-las.
Num instante tiraram as roupas velhas e remendadas e vestiram as novas. Olharam-se felizes no espelho, satisfeitos e orgulhosos como pavões.
-Como estamos bonitos. Olha estes gorros, bordados. Com eles vamos ficar parecendo príncipes. Vamos embora para a floresta e deixar os outros com inveja. Ganhamos nossa aposta, não ganhamos?
E lá se foram os dois anões satisfeitos deixando o sapateiro e sua mulher muito tristes.
-Pois é. Lá se foram eles roubando as roupas novas- disse a mulher.
-Como roubando? Você não as fez para eles? Não as deu de presente para eles? Você até escreveu  um bilhete.
-Pois é. Mas agora é tarde, Será que eles voltarão?
E ficaram esperando, esperando até que uma noite eles desistiram de esperar pois ouviram uma vozinha lhes soprar no ouvido:
-Teríamos vindo todas as noites, mas agora temos roupas novas e bonitas, não queremos estragá-las ou sujá-las. Talvez, quando elas estiverem esfarrapadas, a gente volte. Mas isto pode demorar até cem anos. 

domingo, 24 de junho de 2012

Histórias do tempo da vovozinha

Quando eu era adolescente e me perguntavam onde eu tinha aprendido a gostar tanto de história eu sempre dizia: foi em casa.
Na primeira infância cresci ouvindo minha avó materna contar histórias fantásticas de princesas indefesas, reis gananciosos, lobisomens famintos e da mula do padre. O cenário era sempre o mesmo: noites sem energia elétrica. E o mais fascinante é que  no final ela sempre dizia que conhecia uma das personagens ou que alguém da família dela era comadre ou compadre do lobisomem ou da mula do padre. Nossa imaginação fervilhava naquelas noites e depois incorporava um elemento ou outro de cada história.
O Jardim de Infância Angélica, uma escolinha do projeto Casulo presidido pelo padre Tiago foi outra grande influência. A nossa primeira professora, chamada Apresentação, era muito amorosa e festiva e gostava de contar histórias e cantar músicas infantis conosco. Foi outro momento de socialização. Lembro de um episódio bem marcante para mim, quando ela recebeu  caixas de lápis de cor com imagens de contos de fadas, ela abasteceu nossos potes  com as coleções e me entregou para brincar as caixas vazias. Ali foi meu primeiro tesouro. 
Quando mudamos para longe de minha avó, minha mãe decidiu comprar livros de contos de fadas e sempre que eu e meu irmão mostrava um bom comportamento, ela lia para nós. O mais lindo deles era o de Branca de Neve e os sete anões. Mesmo quase vinte anos depois de ter visto esses primeiros livros, ainda lembro de todos eles. Também tinha discos de vinil lá em casa com várias histórias infantis e musiquinhas da cultura popular. Eu aprendi todas e até hoje gosto de cantar se existe alguma criança pequena por perto para dormir.
Na verdade, o gosto pela história me inspirou a abandonar o sonho de ser bióloga e correr para a fila que arregimentava os novos seguidores de Clio. E quando comecei minha faculdade de História encontrei uma mestre que alimentou meu gosto pela história em outro nível, a professora Maria das Graças Brandão Soares. Foram anos de lições, didática e de um excelente trabalho marcado pelo afeto. Ela se tornou minha terceira influência no gosto por contar histórias e assim permanece até hoje.

Sessão de autógrafos no Midway Mall no dia 16 de junho.

Mas foi semana passada que tive um encontro casual e muito feliz. Estava na Livraria Siciliano do Midway Mall-Natal para ganhar meu presente de aniversário, um livro sobre como fazer cupcakes. Foi quando encontrei a professora Graça Brandão autografando a segunda edição do seu elogiado livro Brincadeiras do tempo da Vovozinha.

Autógrafo cheio de afeto e desenhos animados

Nova edição do livro Brincadeiras do tempo da  Vovozinha.



















                                                                          

Voltei para casa animada e comecei a ler o livro imediatamente. Cada página foi um reencontro feliz com minha infância e com cada uma das minhas referências e inspirações infantis. Graça Brandão  como excelente historiadora e na qualidade de avó coletou histórias, parlendas, cantigas populares, jogos, trava-línguas e a biografia de cada um dos grandes escritores de contos infantis e criou um livro-presente para todas as gerações. Tenho meu exemplar e vou ler para meus sobrinhos, enteados e no futuro, meus filhos. Só peço a Deus que abençoe sempre a sensível e afetuosa vovó Gracinha e que possamos desfrutar da sua presença e sabedoria por muito tempo ainda.

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