segunda-feira, 12 de março de 2012

Um suplício da reforma

Não tem jeito, pensou em construir ou reformar  sempre tem uma dorzinha de cabeça com algum serviço, produto, fornecedor ou a própria mão de obra.
No nosso caso, ano passado fomos apresentados a um verdadeiro mestre de obras, apesar de dizer que é apenas um pedreiro. O trabalho que ele executa e a entrega das obras dentro do prazo são o que mais nos agradam. Porém, nem sempre foi assim: tanto já tinha batido cabeça com pedreiros que desperdiçavam material ou nos enganavam no número de horas trabalhadas quanto precisamos refazer alguns desses serviços. O jeito foi programar a nova reforma ano passado para o mês de março de 2012, quando o senhor Francisco estivesse disponível. Luxo? Não, pura necessidade.
Com a mão de obra de qualidade garantida, partimos para comprar os materiais para a reforma. Os nossos objetivos eram revitalizar a fachada do muro, fazer uma nova calçada e trocar o piso cerâmico da casa.
A primeira etapa executamos com toda tranquilidade. A loja onde compramos as pedras itacolomy e o casquilho tanto nos forneceu um material de primeira qualidade quanto cumpriu com o prazo de entrega dos materiais. Nós até achamos que tudo tinha sido iniciado com bastante sucesso e que assim permaneceria. Entretanto, a segunda etapa não foi nem um pouco como imaginamos.
Fonte: www.lucasbarreira.blogspot.com
Tivemos problemas de toda ordem, o primeiro deles foi que nosso pedreiro tinha sido contratado por uma grande firma de construção civil e deveria começar os trabalhos na nova obra na segunda-feira, ou seja, hoje. Então, nós tínhamos apenas a quarta-feira para comprar o material que deveria ser entregue até a quinta-feira no meio da manhã e isso garantiria tempo suficiente para o pedreiro cobrir o piso das duas salas, do quarto dos enteados-filhotes e do nosso home office. Pena que nada saiu como planejamos.
O material foi comprado numa loja de construção na BR 101. Fui logo avisando para a vendedora que só faria a compra caso eles entregassem até o meio da manhã do dia seguinte. Ela confirmou com o gerente e começamos a fazer a escolha dos materiais e selecionar os produtos.
A compra foi finalizada às 13h44 do dia 07.03.12, horário impresso na nota fiscal. Em seguida, fui para outra loja comprar tintas da marca Iquine e cheguei em casa toda animada para afastar os móveis e aguardar a tão sonhada troca do piso. Mas a euforia no dia seguinte se transformou em frustração e muita raiva.
Primeiro, eu fiz 4 chamadas para a loja perguntando que horas chegaria o material que eu tinha comprado: eram 58 metros de piso cerâmico da marca Escurial, 06 metros de pastilhas, mais filetes, listelos, argamassa, rejunte, portas novas para três cômodos, enfim, compramos tudo para finalizar metade da metragem da casa até o sábado.
 Entretanto, só no fim da tarde consegui falar com o gerente da loja que afirmou que estava passando por um problema no sistema e não conseguia emitir a nota fiscal para deixar os materiais em minha casa. Claro que não acreditei no que ele disse, até porque eu estava com a nota fiscal de compra na minha bolsa. Quando eu lhe disse que queria cancelar a compra e ter meu dinheiro de volta, ele se apressou em dizer que o material chegaria, de qualquer jeito. A promessa dele foi entregá-lo no outro dia entre 08h e 8h25. Claro que ele não cumpriu com o prazo. O material chegou na minha casa às 10h45, depois de ter ligado mais duas vezes para a loja. E quando deixaram o material, uma das portas precisou ser devolvida pois estava cheia de cupim. Não é trágico? Perdi um dia e meio de trabalho com meu pedreiro e ainda tive outros aborrecimentos.


O problema seguinte foi com o material. Preferi usar o piso da Escurial, pois tinha comprado da mesma marca e padrão para uma reforma na suíte e nos banheiros, mas desta vez a decepção foi enorme. As caixas de cerâmica tinham peças de tamanhos e espessuras diferentes. O pedreiro precisou selecionar as mais homogêneas, o que demandou mais tempo para executar a obra. Cada leve batida rachava ou quebrava. Desde ontem que encontro peças com sinal de rachaduras, o que caracteriza uma lesão ao consumidor, pois o material comprado é vendido como cerâmica de tipo 4, o que no mercado chamamos de piso extra, e a qualidade que o material demonstrou é dos piores pisos comerciais.
Assim, em função do atraso na entrega dos materiais e da baixa qualidade do revestimento cerâmico, o objetivo não foi cumprido e o pedreiro deve retornar em um feriado qualquer para terminar o serviço. A loja de material de construção não se manifestou, mas vou escrever uma carta formal fazendo a reclamação e esclarecendo os danos que sofremos. Sobre a empresa Escurial, revestimentos cerâmicos, enviarei dois e-mails para a diretoria e setor comercial e aguardarei uma reposta. Em breve publico o que chegou.
Sabe o que isso prova? Que o consumidor no Brasil é todo tempo desrespeitado. Mesmo quando ele tem boa vontade e educação, é tratado sem qualquer consideração e os seus prejuízos nunca são contabilizados.
É importante demais preparar um plano de execução da obra, mas também se preparar para algumas variantes que não esperamos, entre elas a de ver  nosso sonho se tornar um suplício de reforma.

Um comentário:

  1. Como escrevi no post, envie um e-mail para a Empresa Escurial revestimentos cerâmicos e já obtive uma resposta. Eles já destacaram um técnico para fazer a avaliação do piso que instalei e verificar as falhas nas caixas que ainda tenho. Um bom sinal, não acha?

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